Chega de cidade grande! Eu precisava de natureza, então me reencontrei no meio dela cuidando da horta e dos animais. Sempre que buscava volu...

Minha experiência Worldpackers em um projeto ecológico em Pucón, Chile







Chega de cidade grande! Eu precisava de natureza, então me reencontrei no meio dela cuidando da horta e dos animais.

Sempre que buscava voluntariado na Worldpackers, era para hostels, onde há gente, festa, e que ficasse no centro de tudo, próximo dos pontos turísticos.

Resolvi mudar um pouco e buscar algo mais tranquilo, para relaxar, e me livrar um pouco do agito da cidade grande.

Na loucura do dia a dia, gente pra lá, gente pra cá, pegar metrô e desviar das pessoas nas ruas movimentadas, a gente acaba se estressando um pouco, né? É exatamente nessa fase que eu me encontrava.

Depois que comecei essa vida de viajante via Worldpackers (aproximadamente dois anos atrás), meu hobby passou a ser ficar horas buscando por oportunidades no mundo todo e me imaginar em cada uma delas, e numa dessas encontrei um lugar incrível que te conecta com a natureza desde o momento que você pisa por lá!

Estava a quase três meses vivendo em Santiago do Chile (também como voluntária, na recepção de um hostel) e a correria da cidade grande me deixava a todo vapor, era hora de descansar o corpo e a mente. Foi aí que o KodKod caiu de paraquedas na minha vida.

Cumpri meu tempo de voluntariado em Santiago e parti em direção a Pucón. A viagem de Santiago até lá eu fiz de ônibus num trajeto que levou aproximadamente nove horas.

Nesse relato vou contar pra vocês como eu me redescobri através de uma experiência com a plataforma.
1. Sobre o lugar:

Chegando no KodKod, eu já fui recebida com muita alegria e, de cara, com um encontro com os outros voluntários num bar da cidade onde já passei a me sentir em casa.

Além de ser um lugar lindo, com tamanha paz e belezas naturais, o lugar conta com um restaurante 100% sustentável, que é aberto ao público e tudo que se consome por lá é orgânico e, em sua maioria, são alimentos colhidos da horta que o próprio voluntário planta e cultiva durante o ano.




2. O que eu ofereci:

Minha função inicialmente era cuidar dos animais e da plantação (como mencionado no perfil do anfitrião). Isso ia desde plantar verduras para serem colhidas no verão e utilizadas no restaurante, até alimentar lhamas e cavalos.
Como o hostel tem o restaurante e também conta com tratamentos de terapia equina (terapia com cavalos e, no caso desse sítio, com crianças desabilitadas), há vagas para voluntários para garçom e trabalhos específicos com os animais.

Foram sete dias de paz, no meio da natureza, com vista para o vulcão Villarica, uma paz, uma simplicidade... Era exatamente o que eu precisava, um lugar tranquilo, com muita natureza e paisagens bonitas, animais fofinhos (como a lhama Inti que é um amor), gente bacana, comida saudável e muito aprendizado.

Acordava cedo diariamente para ir alimentar as galinhas e isso me fazia um bem danado. À noite, quando fazia frio, buscava lenha e acendia a lareira.

No final da minha estadia, conversando com o anfitrião, eu mencionei que tenho um blog de viagens e mostrei uns vídeos que faço e eles interessaram! Acabei mudando minha função e passei a ser responsável por produzir conteúdo pra eles. Eu trabalhava 25h semanais, com dois dias livres.






3. O que eu recebi:

Além da acomodação oferecida, no KodKod também está incluso o almoço, quarto compartilhado em uma cabana só para os voluntários, lavanderia gratuita (que é super importante), descontos no restaurante, desconto em tours e até mesmo as cavalgadas na montanha que o próprio anfitrião disponibilizava de forma gratuita.

Sem contar que a cabana tem uma cozinha equipada, o que facilitava nossa vida. Íamos ao supermercado no centro, comprávamos comida e sempre cozinhávamos juntos, o que nos ajudava a economizar também!

O que acho mais incrível é que essa experiência não só me proporcionou essas recompensas descritas na página mas também um crescimento interior enorme.

Quando me inscrevi pra essa vaga, meu objetivo era apenas fugir da cidade grande, jamais imaginei que pudesse levar tanta coisa daquele lugar e dessa experiência relativamente curta.

Pode parecer bobeira, eu sei, mas pro mundo que vivemos hoje, onde tudo é em torno de estar conectado, de estar rodeado de gente, estar de olho nas novidades que surgem, esses sete dias foram mais ou menos como um conto de fadas onde eu podia ver amor em todo lado, lugar em que as pessoas cuidam dos animais com tanto carinho. Coisas que quando estamos na correria do dia a dia, muitas vezes passa despercebido.

Essa experiência me fez voltar a ver o simples e ser feliz e grata por isso, a observar o quanto a natureza é linda e precisa da gente para se preservar assim, a refletir que alguns dos alimentos que comemos em casa, tão facilmente comprados no supermercado, foram plantados por alguém e que esse processo de plantar, cuidar e colher é um tanto quanto demorado.

Me fez a ser uma pessoa mais paciente, menos conectada com redes sociais e mais conectada com gente. Embora meu trabalho seja virtual e eu dependa de estar conectada para isso, consegui estar menos tempo do que fico normalmente com o celular nas mãos e fui muito mais feliz assim.

O contato com a natureza e com os animais foi algo que há tempos não tinha. Alimentar lhamas, galinhas, escovar os cavalos e depois plantar o que outros voluntários iam comer na próxima estação foi demais!




4. E o tempo livre?

Essa é uma dúvida grande quando se trata de fazer trabalho voluntário no meio da natureza, não é mesmo? Mas Pucón é um lugar incrível, cheio de tours e atividades para se fazer.

No tempo livre, eu andava à cavalo, ia ao centro da cidade e aproveitava a vista maravilhosa do vulcão Villarica. Para quem gosta de aventuras, tem um tour no qual você pode escalar esse vulcão, que diga-se de passagem é um dos mais ativos de todo o Chile!

Opção do que fazer no tempo livre não te vai faltar, tem várias trilhas, passeios pelo centro, no vulcão... Excelente pra quem curte adrenalina ou atividades de paz, como as cavalgadas que terminam sempre numa cachoeira linda ou num ponto com vista privilegiada pro vulcão.




5. Preciso de saber outro idioma pra trabalhar lá?

Bom, isso sempre vai depender da função que você vai exercer. Se seu intuito for trabalhar no restaurante ou atendendo os hóspedes das cabanas, você precisará de um espanhol intermediário e ao menos o básico do inglês.

Se o seu interesse é exercer trabalhos como os que eu fiz, de cuidar dos animais, organizar lenhas, plantar verduras e etc, apenas o espanhol básico será suficiente (uma vez que os anfitriões são chilenos). Mas não se preocupe com isso, espanhol e português estão bem próximos, então com um pouco de paciência é super fácil de se entender.

Quando eu comecei a viajar, não sabia nada de espanhol! Era complicado a princípio, mas hoje já me considero fluente no idioma. Com tentativas e práticas a gente vai aprendendo e aprimorando. Acho que isso também deveria entrar nos ganhos do voluntariado, né?
6. Dicas extras:

Como mencionei no título desse artigo, KodKod foi um lugar que fez com que eu me reencontrasse. Foi uma semana na natureza, ao lado dos bichinhos mais fofos que já vi na vida, conhecendo histórias incríveis como a da lhama Inti, que foi criada e amamentada por uma égua e hoje em dia pensa que é um cavalo (risos), de crianças desabilitadas que retomaram a alegria de viver após as sessões de terapia equina.

Se você se encontra exatamente nessa fase que eu estava, de estar cansada da cidade grande, das grandes responsabilidades e de toda essa correria diária, tire pelo ao menos uma semana pra estar nesse lugar.

Não se esqueça de fazer as cavalgadas oferecidas pelo anfitrião, de ver o céu a noite, de passear no centro da cidade enquanto observa o vulcão Villarica, se perder nas feirinhas de artesanato da cidade, e o mais importante de tudo: de renovar as suas energias!

Vá ao KodKod de coração aberto pra viver tudo que o lugar pode te proporcionar, esqueça um pouco da tecnologia, leve livros e os leia nos dias livres enquanto admira o vulcão e não se esqueça que a experiência é uma troca, então absorva tudo que puder e se doe ao máximo!

Aprenda a dar valor pras coisas simples da vida e não deixe de observar as estrelas, o céu fica incrível! Tenho certeza que você sairá de lá muito mais leve e mais feliz.





















Nos vemos pelo mundo e não se esqueça de me seguir no Instagram pra acompanhar todas as minhas viagens e dicas em tempo real!


Enquanto estava lá, fiz vídeos mostrando um pouco da rotina e do trabalho, não deixe de conferir e aproveita pra se inscrever no meu canal :)


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