Por que eu decidi "largar tudo" pra viajar? Primeiramente, o que é “TUDO” pra você? Essa reflexão já passou pela sua cabe...

Por que eu decidi "largar tudo" pra viajar?




Por que eu decidi "largar tudo" pra viajar? Primeiramente, o que é “TUDO” pra você? Essa reflexão já passou pela sua cabeça? Pois então, se você caiu aqui de paraquedas, eu sou Gabriele e tenho um Instagram de viagens. Eu decidi “largar tudo” há aproximadamente dois anos e meio pra poder viajar! Ai você me pergunta, por que largar tudo entre aspas? Primeiramente, pois não concordo nem um pouco com essa frase. Volto a perguntar: O que é TUDO pra você? Na minha perspectiva, o importante (e essencial) é estar bem consigo, feliz, satisfeito. E obviamente isso não quer dizer livre de problemas, pois por mais dinheiro que você tenha, por mais feliz que você seja, por mais que você viaje, seja cheio de amigos e tenha uma família maravilhosa, você também vai ter problemas e/ou preocupações (mesmo que momentâneos).


Claro que não foi do nada que decidi pedir demissão do trabalho e sai por aí me aventurando, foi tudo um processo. Tudo começou em 2015, saco cheio da empresa que trabalhava, férias de dezembro vinham se aproximando e eu decidi que não passaria mais uma das minhas férias em Angra (apesar de ser um lugar incrível, eu já não aguentava mais todo ano o mesmo roteiro). Foi aí que entrou o @quinttinno, um aluno que viajava (ainda viaja) pra caramba mesmo tendo um emprego fixo e ainda por cima cursando engenharia! Isso me deixava de boca aberta e eu só sabia pensar: Como isso é possível? Esse cara deve ser rico demais, só pode! Como ele consegue se organizar tão bem e viajar tanto?

Aliás, esse é um dos maiores erros que as pessoas cometem quando veem alguém viajando tanto em um período tão curto de tempo. Conversa vai, aula vem acabamos nos aproximando e virando amigos. Aí estava minha oportunidade de perguntar como ele viajava tanto! Era meu momento (risos). Ele com toda paciência e boa vontade do mundo me explicou sobre várias maneiras de viajar gastando pouco, eu confesso que ficava meio desacreditada... Parecia fácil demais pra ser real. Aí decidi começar planejar minhas férias de dezembro de 2015, queria muito ir a Fortaleza, mas estava tudo tão caro, mesmo com pagamento, 13º salário, férias etc. meu orçamento não dava! Já estava sem esperanças quando ele me sugeriu ir para o Chile, já que era baixa temporada e seria mais econômico. Me ajudou a planejar tudo, me deu todas as dicas e lá fui eu, pra minha primeira grande viagem, primeira viagem internacional, primeira viagem de avião, uma super conquista pra mim! – Lembrando que nessa época eu já não estava muito satisfeita no meu atual trabalho. –

Cheguei ao Chile, Santiago... Espanhol? Não hablava (risos). Inglês? Nenhum chileno que esbarrei na viagem falava inglês. Português? Parecia mandarim pros chilenos! Aí começou o desafio mais prazeroso da vida, tentar comunicar com pessoas de idioma, cultura... Tudo diferente. Voltei ao Brasil depois dessas férias incríveis no Chile, porém eu havia saído do Chile mas o Chile não tinha saído de mim! Recebi uma proposta de emprego pra trabalhar em Santiago vendendo tours em uma agência de turismo, fiquei por aproximadamente quatro longos meses pensando, colocando tudo na balança... E vi que ali não era mais o meu lugar, até que em maio de 2016 eu disse a tão libertadora frase: EU ME DEMITO.

Já não tinha como voltar atrás, já tinha pedido as contas, já tinha comprado a passagem, vendido todos os móveis e eletrodomésticos da casa, só me sobrava uma mala de 23 kg e uma mochila de 10 kg, de tudo que demorei uns 4 anos pra conseguir comprar. Eu morava sozinha, tinha uma casa inteirinha montada, ia me dando uma sensação de dor e ao mesmo tempo liberdade ir vendo a casa ficando vazia aos poucos... Se foi o sofá, o fogão, geladeira... E no final (ou começo, depende do ponto de vista), só restava eu e minhas duas bagagens prontas pra dizer “até logo” pra tudo e todos e cair no Chile pra viver (Esse era meu plano inicial, até ver que viajar era mais barato e fácil ainda do que eu imaginava e não aguentei muito tempo no Chile com moradia fixa). Não foi nada fácil despedir dos meus alunos (pra quem não sabe sou professora de inglês há quase 7 anos), menos ainda despedir da minha família... Caramba, eu nunca pensei que fosse capaz de chorar tanto. Meu coração estava esmagado, vendo meus pais chorando, tristes e ao mesmo tempo orgulhosos se despedindo como se fossem ficar sem me ver por décadas...

Sem dúvidas a pior parte de decidir sair nesse mundão é a fase da adaptação. Não saberia te dizer quanto tempo demorei pra me acostumar com a distância, na realidade eu diria que ainda não estou acostumada, apenas aceito, pois é a consequência de uma escolha MINHA. Mas foi mais ou menos assim:

Semana 1: Meu Deus, eu sou louca!

Semana 2: Caraca, isso é real. Eu sou louca!

Mês 1: Se eu aguentei um mês eu aguento mais mil. Isso aqui tá maravilhoso.

Mês 2: Ai que saudade da minha casa e da comida da minha mãe.

Ano 1: Caraca, já faz um ano. Fico feliz que minha família me entenda e não me julgue pelas minhas escolhas. Eu estou super feliz.



FORAM INÚMEROS LITROS DE LÁGRIMAS.

Atualmente... de verdade? Digo com todas as letras que eu sou muito feliz como nunca imaginei que seria possível, e o melhor, sou feliz com pouco, não preciso de muito pra estar contente. Vivi e ainda vivo experiências impagáveis, conquistei coisas em um prazo curto de tempo que no Brasil (ou mais especificamente na empresa que eu trabalhava antes) eu demoraria mais de um ano – jogando baixo - trabalhado pra conquistar. Conheci e vivo conhecendo pessoas maravilhosas, aprendi a valorizar muito mais a minha família, uma conversa olho no olho, mudei, melhorei. Sem exageros, sou uma nova pessoa. Sei que ainda assim, com tantas mudanças ainda sou um ser humano difícil de lidar, sou intensa, 8 ou 80, amor ou ódio, fogo ou gelo, indecisa, bem libriana (risos). Confesso que até hoje, depois de exatos 2 anos e 3 meses de ter dito a frase “EU ME DEMITO” e ter mudado minha história pra sempre, ainda tem dias que eu acordo querendo voltar pra casa, vou dormir chorando, pensando na minha família e se estou fazendo a coisa certa. Mas aí eu me lembro de tudo que eu sentia quando estava lá no Brasil, na minha zona de conforto e digo: É ISSO QUE EU QUERO, EU SOU FELIZ ASSIM. E tenho o maior orgulho de dizer que a minha frase favorita – e verdadeira, obviamente – depois do “Eu me demito” é: EU NÃO TENHO CONTA NENHUMA PRA PAGAR!

Vai, levanta, sai da sua bolha, da sua zona de conforto. Não estou dizendo pra ir no RH e pedir demissão como eu fiz, mas sim pra passar aproveitar melhor o seu tempo livre com o que te faz feliz. O que me faz feliz é viajar e é isso que eu faço.

E você, tem feito o que te faz feliz?

4 comentários:

  1. 👏👏👏😍😍😍 Parabéns sempre.

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  2. Sempre curti seu estilo de postagens .. ate poder
    Um dia , ter o prazer de te conhecer pessoalmente na Italia !!! ... quanta carisma .. quanta alegria ... quanta determinacao para uma garota de 26 anos !! Gabi voce é incrivelllll !! Ispira muitas pessoas simmmm.. inclusive eu que em apenas 2 dias d convivencia , ja aprendi um montao com vc !! Continue assim .. nunca pare ... nunca desista de nada e se um dia precisar estare sempre aqui em algum lugar do planeta ... gratidao por tudo !!! E quem é Marquezine ???? Adoroooooo

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    1. Ahhhh sua linda!! Foi um prazer enorme poder te conhecer pessoalmente e fico feliz demais lendo suas palavras!! Ainda vamos nos esbarrar de novo pelo mundo! hahah Obrigada por ser tão linda e fofa <3 Nunca pare de sonhar.

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